set 30, 2024 | Notícias
Fundação do Câncer apoia Instituto ZENcancer em evento beneficente com foco na saúde da mulher
A Fundação do Câncer, que desde a sua criação está ligada a iniciativas que promovem a conscientização sobre saúde, apoia o evento beneficente Mulheres de Propósito 2024, uma ação promovida pelo Instituto ZENcancer e voltada para o bem-estar feminino, em razão do Outubro Rosa. Com foco em saúde, autocuidado e equilíbrio, o evento será realizado no dia 4 de outubro, no Hotel JW Marriot, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Na programação, um dos destaques será a participação de Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação, que liderará a roda de conversa ‘Panorama da Saúde Feminina: Desafios, Principais Doenças e a Importância da Prevenção e Diagnóstico Precoce’. Ela, que é doutora em Saúde Coletiva da Criança e da Mulher pela Fiocruz, enfocará as doenças que mais afetam as mulheres brasileiras, com ênfase no câncer de mama e no câncer de colo do útero, reforçando a necessidade de um diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida.
“Discutir temas como a prevenção do câncer de mama e de colo do útero é fundamental para que as mulheres compreendam a importância do autocuidado e da detecção precoce. Esses momentos de diálogo permitem que reforcemos a mensagem da conscientização e cuidados sobre a saúde feminina no Brasil. Em momentos como estes, temos a chance de sensibilizar e educar sobre práticas que podem, de fato, salvar vidas. Participar desse evento é um privilégio, pois cada conversa tem o poder de impactar a vida de muitas mulheres”, comenta Flávia.
Além da participação da representante da Fundação, o evento também terá rodas de conversa com convidadas especiais sobre diversos temas, como: equilíbrio, propósito, voluntariado, saúde financeira e mental e, nutrição e bem-estar.
“Apoiar esse evento está alinhado com a nossa missão de promover a prevenção e a conscientização sobre o câncer em nosso país. Ações como essas nos permitem levar adiante nossa mensagem de que a prevenção é a chave para reduzir o impacto do câncer na vida das mulheres brasileiras. Além disso, é uma oportunidade de fortalecer parcerias estratégicas, como a que temos com o Instituto ZENcancer, em prol da saúde”, declara Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer.
Além das rodas de conversa, as participantes terão a oportunidade de vivenciar uma prática restaurativa no Espaço (re)Conexão e visitar o bazar vintage beneficente no Espaço RetroZEN, cuja renda será destinada ao apoio de pacientes oncológicos assistidos gratuitamente pelo próprio ZENcâncer. As inscrições são limitadas e podem ser realizadas pela plataforma Eventbrite através do link www.eventbrite.com.br/e/mulheres-de-proposito-2024-tickets-996602854967.
jul 1, 2024 | Notícias
A Fundação do Câncer foi admitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como “Amicus Curiae”. Isso significa dizer que, a partir de agora, a instituição tem o papel de parceira estratégica junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Associação de Controle do Tabagismo, Promoção da Saúde e Dos Direitos Humanos – ACT Promoção da Saúde (ACT), a Associação Mundial Antitabagismo e Antialcoolismo (Amata) e a Advocacia Geral da União (AGU), contribuindo com informações qualificadas para assuntos relativos a produtos fumígenos e a saúde. Com isso, os especialistas da Fundação podem ser ouvidos na ação judicial iniciada por uma Cia de Tabaco, que pretende derrubar normas da Resolução (RDC 14/2012) da Anvisa, que regula o uso dos aditivos nos produtos derivados do tabaco.
“Essa decisão reconheceu a representatividade e a importância da Fundação do Câncer no debate. Estamos empenhados em apoiar a Anvisa e mostrar ao STF a importância de manter regulamentações que protegem a saúde pública. Esta titulação reforça nosso compromisso em reduzir os danos causados pelo tabaco e assegurar o que está fundamentado na Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), no sentido de proteger a população desse produto nocivo que traz inúmeras prejuízos à saúde”, declara Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer.
Segundo o quinto volume do info.oncollect, boletim produzido pela Fundação do Câncer, o tabagismo é responsável por 80% dos óbitos por câncer de pulmão em homens e mulheres, no Brasil. E os impostos pagos pela indústria não cobrem nem 10% dos custos totais com todas as doenças relacionadas ao consumo de produtos derivados do tabaco, estimados em cerca de R$125 bilhões por ano.
Ainda, segundo o levantamento, a epidemia do tabagismo se concentra em indivíduos de menor poder aquisitivo e baixa escolaridade. O estudo também apontou que a mortalidade por câncer de pulmão se dá, em sua maioria, em fumantes ou ex-fumantes em idade mais avançada. “A indústria tabageira lança mão de recursos judiciais a fim de aumentar a quantidade de aditivos nos produtos fumígenos derivados do tabaco para aumentar a palatabilidade e atratividade, e, portanto, atrair as novas gerações para o consumo destes produtos”, analisa Maltoni.
jun 19, 2024 | Fundação na Mídia, Notícias
A Fundação do Câncer se uniu à Aliança de Controle de Tabagismo (ACT) e a outras instituições na Reforma Tributária, que visa contribuir para a construção de um Brasil mais saudável, sustentável e solidário. Nesse sentido, a instituição assinou a carta aberta conjunta, direcionada ao Congresso Nacional, em defesa ao imposto seletivo na Reforma Tributária. A Fundação é favorável à instituição desse imposto para produtos nocivos, como derivados do tabaco, bebidas alcoólicas e bebidas açucaradas.
O documento assinado pela Fundação, reforça que o consumo de ultraprocessados, tabaco e álcool são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis, que incluem as doenças cardiovasculares, pulmonares, diabetes e câncer, doenças que mais matam no mundo. Investir em medidas preventivas e políticas públicas é uma forma eficiente de evitar doenças crônicas evitáveis, mortes, gastos e sofrimento desnecessários. Por isso, é fundamental que medidas sejam adotadas agora por governantes e parlamentares.
Confira o documento na íntegra!
abr 11, 2024 | Com você, pela vida, Notícias
A Fundação do Câncer celebra decisão do Ministério da Saúde sobre a recomendação de dose única da vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano). “Esta medida, baseada na orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), demonstra um compromisso do Brasil com a eliminação do câncer do colo do útero e outras doenças relacionadas ao vírus”, comenta Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação do Câncer.
A Fundação sempre esteve engajada no controle do câncer do colo do útero e já vinha defendendo a simplificação do esquema vacinal em seus posicionamentos, ações e campanhas nas redes sociais. “Diversos estudos já comprovaram que apenas uma dose do imunizante é eficaz para proteger meninos e meninas. Este anúncio do Ministério da Saúde prova que nossa instituição sempre esteve alinhada com a estratégia global da OMS para eliminação do câncer do colo do útero”, destaca Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer.
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível e está associada a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro mais de 54% das pessoas entre 16 e 25 anos estão infectadas com o vírus, sendo que 38,4% são tipos de alto risco. De acordo com o órgão, são esperados mais de 17 mil casos de câncer do colo do útero por ano até 2025. O vírus também tem relação com outros tipos de câncer (orofaringe, ânus e canal anal, vagina, vulva e pênis). Conforme publicação da Fundação do Câncer, cerca de 6 mil casos desses outros cânceres relacionados ao HPV poderiam ser evitados a cada ano por meio da prevenção primária (vacinação).
De acordo com a OMS, para o Brasil estima-se que haja de 9 a 10 milhões de infectados por este vírus e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. O uso de preservativos ajuda a evitar a transmissão do vírus do HPV, mas a vacina é a principal forma de prevenção.
A consultora médica da Fundação salienta que a cobertura para a primeira dose da vacina é próxima do que se preconiza, mas para a segunda dose a cobertura cai demais. “De acordo com dados do segundo volume do info.oncollect, publicação recente da Fundação do Câncer, a cobertura vacinal da população feminina de 9 a 14 anos contra o vírus causador da doença foi de 76% para a primeira dose e 57% para a segunda no Brasil. Esse novo esquema vai garantir que o país atinja a cobertura que a OMS preconiza de 90% das meninas até 15 anos vacinadas contra o HPV. Flávia Corrêa lembra que quem já recebeu a primeira dose da vacina já está protegido contra o vírus, não necessitando da segunda dose”.
mar 26, 2024 | Boletim, Entrevistas, Notícias
Por Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer
A Conferência das Partes (COP10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), realizada recentemente no Panamá, trouxe à tona, por parte da delegação brasileira, a discussão sobre a responsabilização da indústria tabageira sobre os prejuízos ao meio-ambiente causados pela produção do tabaco. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para os danos ambientais causados pelo produto: 600 milhões de árvores são cortadas todos os anos para fabricar cigarros, 84 milhões de toneladas de emissões de CO2 são liberadas na atmosfera, aumentando as temperaturas globais e 22 bilhões de litros de água são utilizados para fabricar cigarros. Os custos de limpeza de produtos de tabaco jogados no lixo recaem sobre os consumidores e não sobre a indústria que cria o problema.
Cientes desse cenário, nosso país apresentou uma proposta voltada à preservação do meio ambiente, cujo objetivo é conseguir fazer com que a indústria dê algum retorno contributivo pelos danos causados. Sabemos que para chegar a isso, há um longo caminho a ser percorrido. Mas estamos no caminho certo em colocar o tema na agenda dos países participantes!
Muito além dos projetos de responsabilidade social e de sustentabilidade já existentes, para fazer com que a indústria contribua financeiramente para reparar os prejuízos ao meio ambiente, podemos considerar algumas abordagens que envolvem o financiamento de programas de reflorestamento para compensar o desmatamento. Outra alternativa seria a criação de um fundo de reparação ambiental, onde as empresas contribuam com uma porcentagem de seus lucros para financiar projetos ambientais.
Outra medida decisiva da reunião foi a retomada do Programa de Diversificação de Cultivos em Áreas Produtoras de Tabaco, que oferece alternativas de subsistência aos pequenos agricultores que o cultivam e são explorados pela indústria. Nos dados levantados pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), cerca de 70% das famílias que produzem tabaco querem mudar de atividade devido aos problemas de saúde provenientes do trabalho. Mas, sem uma assistência técnica, eles não conseguem desenvolver outra atividade. Para reduzir o plantio do tabaco e diversificar o cultivo sem prejudicar esses produtores, é necessário o investimento em programas de subsídios, como a oferta de sementes de qualidade, fertilizantes e equipamentos agrícolas, bem como o acompanhamento e orientação para garantir que os agricultores estejam utilizando os recursos de forma eficaz.
Outra problema para viabilizar essa diversificação são os altos custos dos insumos agrícolas. Segundo a Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o custo desses produtos chega a ser 86% maior no Brasil. Sanar essa barreira requer a facilitação do acesso dos agricultores a insumos agrícolas de qualidade e serviços de apoio. Além disso, é necessário a implementação de um Programa de Incentivo à Diversificação, fornecendo apoio financeiro para aqueles que diversificarem suas plantações. Se substituirmos o cultivo de tabaco por outras culturas, em especial as culturas alimentares, estaremos contribuindo para a minimizar a produção de um produto tão prejudicial para a saúde.
A meta da OMS de reduzir o consumo de tabaco em 25% até 2025 é ambiciosa, mas alcançável com o comprometimento dos países e a implementação eficaz das medidas da CQCT.
A nova aposta da indústria do tabaco, o vape, não é apenas uma ameaça à saúde pública, mas também à sustentabilidade, uma vez que os cigarros eletrônicos contribuem para danos ambientais. A fabricação de dispositivos vaping requer a utilização de metal, plástico, baterias e circuitos. Além disso, os e-líquidos contêm quantidades significativas de produtos químicos tóxicos que, quando liberados no meio ambiente, poluem o ar atmosférico. Como se não bastasse todos esses malefícios à saúde, os resíduos dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) não são biodegradáveis e cartuchos ou dispositivos descartáveis se decompõem em microplásticos e produtos químicos que poluem ainda mais os nossos cursos d’água. Ou seja, a indústria vem incentivando o uso, sem estarmos preparados para o impacto ambiental desses produtos. No Reino Unido, onde o uso é permitido, empresas de reciclagem vêm externando problemas com o descarte dos vapes, que possuem baterias de lítio e estão sendo descartados em lixo comum, aumentando a possibilidade de um incêndio e a liberação de poluentes no ar. Esse exemplo mostra que o dano ao meio ambiente é potencialmente perigoso e que não estamos preparados para lidar com as consequências desse consumo. E ainda assim, há quem defenda a liberação dos DEFs no nosso país. Mesmo proibidos, infelizmente vemos o consumo desses produtos aumentarem em nosso país. Para além da proibição, nossos órgãos fiscalizadores precisam intensificar o combate ao comércio paralelo.
O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a alcançar o mais alto nível das seis medidas MPOWER de controle do tabaco. Conseguimos uma redução do consumo do tabaco de 35% desde 2010, de acordo com a OMS. Não podemos arrefecer! É hora de os países reafirmarem seu compromisso com a saúde pública e intensificarem seus esforços para reduzir os malefícios do tabaco em todos os âmbitos, protegendo assim as gerações presentes e futuras dos velhos e novos produtos tabageiros que só dão lucro para seus fabricantes e deixam os prejuízos para a saúde e toda a sociedade.
mar 12, 2024 | Com você, pela vida, Notícias
O câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum nas mulheres em todo o mundo e continua a afetar mais mulheres e suas famílias em países de baixo e médio rendimento, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas até 2030 essa realidade pode mudar. Em reunião no primeiro “Fórum Global para a Eliminação do Câncer do Colo do Útero: Promover o Apelo à Ação”, realizado nesta terça (5/3), em Cartagena das Índias (Colômbia), instituições, governos, doadores e parceiros anunciaram novos e importantes compromissos políticos, programáticos e financeiros, incluindo a doação de quase 600 milhões de dólares para eliminar esta doença evitável.
Os compromissos firmados no fórum são decisivos para acelerar o progresso da promessa feita em 2020, quando 194 países adotaram a estratégia global da OMS para eliminar o câncer do colo do útero. As metas consistem em 90% das meninas vacinadas contra HPV até os 15 anos; 70% das mulheres rastreadas com teste de alto desempenho; e 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer tratadas.
De acordo com a OMS, a cada dois minutos, uma mulher morre de câncer do colo do útero, embora já existam conhecimentos e ferramentas para prevenir e até eliminar esta doença. A vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), principal causa da neoplasia, pode prevenir a maioria dos casos. No entanto, um recente levantamento feito pela Fundação do Câncer apontou que a cobertura vacinal da população feminina de 9 a 14 anos contra o vírus causador da doença foi de 76% para a primeira dose e 57% para a segunda no Brasil.
Em 2022, a OMS passou a recomendar a imunização contra o HPV em dose única, e em 2023 foi reforçada a recomendação semelhante na região das Américas. Até a data, 37 países comunicaram a mudança ou a intenção de mudar para um regime de uma dose. No Brasil, ainda é preconizado o esquema vacinal de duas doses, com intervalo de seis meses entre as doses, para meninos e meninas de 9 a 14 anos. “Estudos já comprovaram que uma dose da vacina é eficaz contra a infecção”, destaca Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação do Câncer e doutora em Saúde Coletiva da Criança e da Mulher pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
Nova forma de rastreio
Existem muitos desafios para a eliminação da doença, um deles é o rastreio. De acordo com a OMS, menos de 5% das mulheres em países de baixa e média renda já são rastreadas para o câncer do colo do útero. No Brasil, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde (SUS) recentemente fez a recomendação final para a incorporação da testagem molecular para detecção do HPV no SUS. Para Flávia Miranda Corrêa, a medida representa um avanço significativo na prevenção e detecção precoce da doença. “A incorporação dessa tecnologia no SUS no modelo de rastreamento organizado de base populacional irá contribuir para a redução das desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero”, comenta a co-investigadora do MARCO Project (Management of Risk of Cervical Cancer), parceria do US National Cancer Institute (NCI)/Harvard School of Public Health/Fiocruz/INCA para avaliação da efetividade, eficiência e viabilidade econômica de novas estratégias de rastreamento e triagem de câncer do colo do útero baseadas em testes de HPV e também participante da elaboração do WHO Guideline Development Group: Update of WHO Screening and Treatment Recommendations to prevent cervical cancer.
O diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, alega que é essencial que governos e organizações de saúde trabalhem em conjunto para garantir que todas as mulheres tenham igualdade de acesso a esses serviços, independentemente de sua renda, localização geográfica ou origem.
“O anúncio desses compromissos é fundamental para o controle do câncer do colo do útero. Aumentar o acesso a serviços de saúde, investir em programas de vacinação e rastreamento, conscientizar a população e combater o tabu sobre o assunto são ações vitais para alcançar a eliminação da doença como um problema de saúde pública”, defende o cirurgião oncológico.