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Esôfago

O esôfago é um tubo oco que conduz alimentos e líquidos da garganta para o estômago por meio de contrações involuntárias. O câncer é caracterizado pelo desenvolvimento de células malignas no revestimento interno do órgão, podendo atingir outras camadas e até externamente a ele, especialmente os gânglios linfáticos das imediações. A doença é assintomática inicialmente e, quando há dificuldade de engolir, geralmente já está em estágio avançado.​​

O número de casos novos de câncer de esôfago estimados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 8.690 casos em homens e de 2.700 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 8,32 casos novos a cada 100 mil homens e 2,49 para cada 100 mil mulheres.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de esôfago em homens é o quinto mais frequente na Região Sul (14,48/100 mil). Nas Regiões Centro-Oeste (6,64/100 mil) e Nordeste (5,58/100 mil), ocupa a sexta posição, seguido pela Região Sudeste (9,53/100 mil) ocupando a sétima posição. Na Região Norte (2,69/100 mil), é a oitava mais incidente. Para as mulheres, é a décima terceira mais frequente nas Regiões Sul (4,52/100 mil) e Nordeste (2,30/100 mil); enquanto, na Região Norte (0,73/100 mil), ocupa a décima quarta posição. Já nas Regiões Sudeste (2,39/100 mil) e Centro-Oeste (1,96/100 mil), ocupa a décima quinta posição.

A doença não apresenta sintomas em sua fase inicial. Conforme o quadro avança, no entanto, os sinais mais comuns são dificuldade ou dor ao engolir, dor no osso do meio do peito, dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda de apetite.
Quando há dificuldade de engolir, normalmente a doença já está em estágio avançado. A perda de peso pode chegar até 10% do peso corporal.
É importante adotar dieta rica em frutas e legumes, evitar o consumo frequente de bebidas muito quentes, alimentos defumados, bebidas alcoólicas e derivados do tabaco. Estão associadas à maior incidência desse tumor história pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão; infecção pelo papiloma vírus humano – HPV; tilose (espessamento da pele nas palmas das mãos e na planta dos pés), acalasia (falta de relaxamento do esfíncter entre o esôfago e o estômago), esôfago de Barrett (crescimento anormal de células do tipo colunar para dentro do esôfago), lesões cáusticas (queimaduras) no esôfago e Síndrome de Plummer-Vinson (deficiência de ferro).
Pessoas que sofrem de acalasia, tilose, refluxo gastroesofágico, síndrome de Plummer-Vinson e esôfago de Barrett têm mais chances de desenvolver o tumor. Por isso, devem procurar o médico regularmente para a realização de exames.
A detecção precoce é muito importante, já que a doença é bastante agressiva, devido ao esôfago não possuir membrana serosa. Com isso, há infiltração das células cancerosas nas estruturas vizinhas ao órgão, disseminação para os gânglios linfáticos e metástases (surgimento da doença em órgãos distantes) com grande frequência.
O diagnóstico é feito através da endoscopia digestiva (exame de imagem que investiga o interior do tubo digestivo), de estudos citológicos (das células) e de métodos com colorações especiais. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura atingem 98%. Na presença de disfagia (dificuldade de engolir) para alimentos sólidos, é recomendado estudo radiológico contrastado e também endoscopia com biópsia ou citologia para confirmação.
Cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinadas, de acordo com a avaliação médica. Para tumores iniciais pode ser indicada a ressecção endoscópica (retirada do tumor com acesso pela boca, sem necessidade de cortes). No entanto, este tipo de tratamento é bastante raro.
Na maioria dos casos, a cirurgia é indicada. Dependendo da extensão da doença, o tratamento pode ser unicamente paliativo (sem finalidade curativa), através de quimioterapia ou radioterapia.
No leque de cuidados paliativos, também se dispõe de dilatações com endoscopia, colocação de próteses autoexpansivas (para impedir o estreitamento do esôfago) e braquiterapia (radioterapia com sementes radioativas).
Fontes: consultores médicos da Fundação do Câncer e Instituto Nacional de Câncer (Inca).
As informações apresentadas não substituem a orientação e avaliação personalizada do profissional de saúde de sua confiança – médico ou dentista.

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