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Conhecimento científico:

descobrir e compartilhar

Nas palavras do Dr. Marcos Moraes, idealizador e criador da Fundação do Câncer, em 1990, a instituição era um sonho representado por duas folhas de papel em sua pasta. No esboço daquela que seria uma das mais importantes instituições voltadas ao controle do câncer no país, o propósito de pesquisar e difundir o conhecimento sobre a doença já estava presente. Hoje, Pesquisa e Ensino são áreas essenciais na história, no presente e nos planos futuros da instituição.

Os investimentos que a Fundação do Câncer vem fazendo, ao longo de sua história, possibilitaram que pesquisadores e instituições ampliassem o conhecimento científico sobre o câncer e desenvolvessem novas tecnologias, processos e tratamentos para diagnóstico precoce e controle da doença. O trabalho envolve atividades nas áreas de Pesquisas Básica, Clínica e Translacional.

A Fundação tem iniciado o desenvolvimento de projetos de pesquisa com recursos próprios e em parceria com outras instituições nacionais e internacionais. Em 2019, destacamos alguns estudos dentre os apoiados pela Instituição, que acredita na Ciência como janela de oportunidade para descobertas que podem revolucionar a terapia de algumas doenças ou tornar menos dolorosos seus tratamentos.

Conheça algumas iniciativas que contam com o apoio da Fundação.

Pesquisa Básica

Programa de Oncobiologia recebe apoio para aumentar o conhecimento sobre o câncer

O Programa Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão em Biologia do Câncer (Programa de Oncobiologia) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tem em sua gênese o espírito empreendedor do Dr. Marcos Moraes. Ele esteve ao lado da Dra. Vivian Rumjaneck, criadora do Programa, desde o começo, em 2000.

“Sabemos da importância que a pesquisa básica tem para a melhor compreensão desta doença, possibilitando ações importantes para o ensino e pesquisa da biologia tumoral, além da geração de conhecimento para tratamentos mais eficazes e testes diagnósticos mais precisos. Dessa forma, a associação da Fundação do Câncer com o Programa de Oncobiologia busca resultados melhores para o controle do câncer em nosso país”, explica o diretor executivo da Fundação do Câncer, Dr. Luiz Augusto Maltoni Jr.

Para o Dr. Robson Monteiro, coordenador do Programa de Oncobiologia, houve “salto estrutural e de qualidade em suas atividades a partir de 2005, momento no qual a Fundação do Câncer passou a fazer aportes financeiros anuais, de forma a dar maior robustez para quem está afiliado à rede”. De acordo com ele, esse apoio é fundamental para a “missão de integrar em torno da temática ‘pesquisa em câncer’ profissionais e estudantes das diversas áreas do conhecimento”.

Desde 2014, a Fundação do Câncer destina recursos para o edital de pesquisas do Programa de Oncobiologia da UFRJ”. Em 2019, além do incentivo às pesquisas, a Fundação do Câncer, por meio de uma importante ação de captação, adquiriu equipamento chamado Leitor de Microplacas, instalado no Laboratório de Trombose e Câncer do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ e disponibilizado para uso por todos os pesquisadores associados ao Programa de Oncobiologia, com verba doada pela Embaixada dos Emirados Árabes Unidos.

O Programa cumpriu a programação com diversas ações relacionadas ao estudo do câncer em seus cinco núcleos de atuação.

Resultados promissores

Dentre as importantes investigações conduzidas por pesquisadores apoiados pela Fundação, no âmbito do Programa de Oncobiologia, destacamos que as mulheres representaram 70% dos participantes nos grupos de pesquisa em 2019. Dois dos estudos chamam a atenção entre os 10 chancelados pela Fundação do Câncer no ano.

Um deles, da pesquisadora Andrea Claudia Freitas Ferreira, investiga a associação do Bisfenol-A (BPA) – substância que altera o funcionamento do sistema endócrino, provocando um tipo de câncer de tireoide. O bisfenol é utilizado na fabricação de plástico feito com policarbonato e na confecção de resinas epóxi, que revestem o interior de latas usadas para armazenar alimentos e na fabricação de vários outros utensílios domésticos. Dados da literatura médica, diz a pesquisa, apontam níveis mais altos de bisfenol A na urina de pacientes com câncer de tireoide, sugerindo correlação entre a exposição a esse desregulador endócrino e a doença. O projeto de pesquisa pretende contribuir para o avanço do conhecimento na área de câncer de tireoide e de desreguladores endócrinos, como é o caso do Bisfenol-A. 

Outra pesquisa, conduzida pelo pesquisador Vivaldo Moura Neto e realizada no laboratório de Biomedicina do Cérebro, no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, quer tornar mais acessível e menos invasivo o diagnóstico de tumores por meio de biópsia líquida, no Brasil. Esse tipo de biópsia é também menos agressivo, uma vez que o exame do sangue circulante não requer a intervenção cirúrgica para se chegar ao ponto onde está localizado o câncer. Hoje, informa o dr. Vivaldo Neto, as pesquisas são adaptadas para encontrar indicações de tumores mais sólidos como, por exemplo, de pulmão e de próstata, mas no futuro esse exame pode ajudar a diagnosticar tumores presentes no sistema nervoso do cérebro.

Programa de Oncobiologia em números

39 grupos de pesquisa,

sendo 10 novos grupos credenciados e 29 recredenciados.

300 componentes,

 aproximadamente, entre pesquisadores e estudantes de pós-graduação e graduação de diversas instituições do Rio de Janeiro

Simpósio Anual

3 dias de evento

250 participantes

95 estudos sobre o câncer apresentados nas sessões de pôsteres por pesquisadores de 16 instituições

15 trabalhos premiados

Seminários de Oncobiologia

9 edições

16 palestrantes

396 participantes

Publicações

2 livros publicados / organizados

4 capítulos de livros publicados

+ 200 artigos publicados

Fundação do Câncer incentivará pesquisa por meio do Pronon

Novos projetos foram aprovados, em 2019.

O Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica permite que empresas privadas investam até 1% do seu imposto de renda para estudos em oncologia. A expertise da Fundação do Câncer na elaboração de projetos de pesquisa foi mais uma vez reconhecida por meio da aprovação de um projeto inovador que visa estudar formas de tratar linfomas com a terapia genética em células CARs-T

Os dados in vitro e em modelos de animais imunodeficientes enxertados com leucemia humana indicam que o produto celular gerado com o protocolo tem efeito antitumoral e poderia beneficiar pacientes brasileiros. A terapia com células T modificadas geneticamente com CARs tem se consolidado como uma importante alternativa terapêutica para as neoplasias hematológicas CD19+, relacionadas a doenças do sangue, como linfoma e leucemia.

Em 2018, a Fundação também já havia realizado projetos via Pronon, dedicados à formação e qualificação de profissionais de saúde para atuação na área de radioterapia em todo o país.

Pesquisa Clínica

 

Parceria viabiliza mais de uma centena de projetos de pesquisa no INCA

A Fundação do Câncer nasceu com a missão de apoiar as iniciativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). E, desde o começo, teve um papel determinante no desenvolvimento da área de pesquisas clínicas, com uma atuação séria e dedicada para a sua viabilização e implementação.
A parceria abrange atividades nas áreas de Pesquisas Básicas e Translacionais e Protocolos de Pesquisa, com papeis bem delimitados e harmônicos, o que permitiu que, ao longo dos anos, importantes estudos e avanços fossem realizados.

Ao Instituto, que é idealizador do programa de pesquisa, cabe a execução e aplicação dos procedimentos definidos nos protocolos de pesquisa.
Já a atuação da Fundação do Câncer foi decisiva para a importação dos equipamentos e insumos necessários para a implementação e manutenção das pesquisas. Vale destacar que há mais de 140 projetos de pesquisa em andamento, com apoio de laboratórios farmacêuticos e gestão operacional liderada pela Fundação, por meio de convênio com o INCA.

A Fundação aloca pesquisadores qualificados e cuida da gestão administrativa, financeira e de logística dos projetos de pesquisa básica e aplicada, incluindo a negociação e realização de compras de materiais e contratação de serviços necessários ao funcionamento e manutenção das ações. Além disso, viabiliza financeiramente o programa. Assim, permite o investimento em pesquisas por empresas públicas e privadas e instituições nacionais e internacionais de fomento à pesquisa.

Áreas de Pesquisas Clínicas desenvolvidas em 2019

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Leucemia e tumores sólidos na infância

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Tumores sólidos em adultos

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Perfil molecular do câncer de mama

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Melanoma

Apoio a congressos, seminários e simpósios

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Nutrição

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Fisioterapia

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Clínica da Dor

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Cabeça e Pescoço

Pesquisa translacional

 

Hospital Fundação do Câncer desenvolve estudos da base ao resultado

O HFC conta com infraestrutura e portfólio que o credenciam como um importante centro de produção de conhecimento e pesquisa translacional.

Esse é um conceito de pesquisa que parte da ciência básica, mas, avança para a aplicação prática do conhecimento adquirido. “Um hospital oncológico de ponta, como o HFC, é o local adequado para esse trabalho de pesquisa, que perpassa todas as etapas, dos estudos iniciais até as aplicações do tratamento”, afirma Dr. Reinaldo Rondinelli, diretor médico da unidade.

Em 2019, a equipe do HFC se dedicou a relevantes projetos que levaram a unidade a se consolidar como Centro Colaborador no projeto de pesquisa “Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto – ELSA Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz –  Fiocruz”. Também no âmbito da cooperação interinstitucional, a pesquisadora Rejane de Souza Reis, do HFC, participou da tradução para a língua portuguesa do “Estadiamento dos Tumores Malignos da Infância para os Registros de Câncer”. O documento é essencial para estudos epidemiológicos, benchmarkings internacionais sobre práticas e processos e para comparações sobre a incidência do câncer infantil e seus desfechos.

A Fundação também buscou estimular o relacionamento interinstitucional e a troca de experiências, seja trabalhando em parceria ou apresentando resultados de suas pesquisas. Entre outras ações, essa perspectiva motivou a participação no evento científico internacional GRELL 2019, em Lisboa, Portugal. Na atividade coordenada pelo Grupo de Epidemiologia e Registro do Câncer nos Países de Língua Latina, foram apresentados dois trabalhos: “Breast cancer in brazilian young women: incidence, mortality and survival” e “Rare head and neck cancers in Brazil”.

No campo da produção de conhecimento, o resultado dos estudos desenvolvidos no HFC foi reconhecido por meio da publicação de dois artigos científicos. O estudo “Incidence and mortality of bone cancer among children, adolescents and young adults of Brazil”, publicado na revista National Clinics, se debruçou sobre o câncer ósseo. Este é o tipo de neoplasia que ocorre frequentemente em crianças, adolescentes e adultos jovens com idades entre 15 e 29 anos, especialmente o osteossarcoma e sarcoma de Ewing, subtipos mais frequentes nessa população. O artigo “Rare cancers in childhood and adolescence in Brazil: first report of data from 19 population-based cancer registries”, foi publicado na revista Internacional Cancer e tem foco no câncer infantil, que é raro e de difícil diagnóstico. O estudo analisa a taxa de incidência populacional de tumores raros em crianças e adolescentes menores de 19 anos no Brasil. O registro e a vigilância de cânceres pediátricos raros são fundamentais para monitorar as ações de saúde pública.

Educação

Consciente da importância de valorizar e estimular a experiência ou a pesquisa científica para a produção de conhecimentos essenciais à prevenção e tratamento de neoplasias, a Fundação do Câncer vem construindo, ao longo da sua história, parcerias com centros e instituições de referência em investigações na área de saúde voltada para a oncologia.

Uma destas parcerias possibilitou a celebração de convênio com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), por meio da coordenação acadêmica do Laboratório de Ciências Radiológicas, para a realização do Curso de Qualificação Profissional para Técnicos em Radioterapia. O curso foi desenvolvido em consonância com as diretrizes do Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde.

Entre outras iniciativas na área de Educação, a Fundação do Câncer assinou também, em 2019, convênio com a Afya Educacional – maior grupo de educação médica do Brasil -, para o desenvolvimento do curso de pós-graduação em Oncologia com área de concentração em Radioterapia. O objetivo é formar, qualificar e atualizar os profissionais da área para o desenvolvimento de novas habilidades e competências no tratamento radioterápico.

A previsão é que a primeira turma seja aberta no segundo semestre de 2020, pronta para contribuir no tratamento de cerca de 625 mil novos pacientes oncológicos previstos para 2020 no Brasil. De acordo com o INCA, cerca de 60% destes casos necessitarão de radioterapia exclusiva ou associada a outras modalidades de tratamento, como cirurgia e quimioterapia, para um melhor resultado terapêutico.

Estes profissionais entraram em um mercado profissional carente de especialização, segundo dados do último censo de Demografia Médica no Brasil, feito pelo Conselho Federal de Medicina, que aponta a existência de apenas 734 médicos especialistas em Radioterapia no país, sendo a maioria no Sudeste e Sul e a minoria no Norte. Com essa perspectiva, as duas instituições têm previsão de formação de cerca de 500 alunos na área nos próximos cinco anos.