A Fundação do Câncer participou de dois painéis no Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), que aconteceu de 16 a 18 de setembro, em São Paulo. A instituição defendeu dois importantes temas que reforçam seu papel na defesa de políticas públicas de saúde e na promoção da prevenção do câncer: a urgência da execução da Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) e a necessidade de fortalecer a educação em saúde para reduzir os fatores de risco da doença.
No painel ‘Era uma vez: e se a Política de Combate ao Câncer já funcionasse?’, o consultor médico da Fundação, Alfredo Scaff, falou sobre a implementação e a execução da política, tendo como referência a apresentação de uma pesquisa inédita realizada pelo TJCC. Em vigor desde dezembro de 2023, a política ainda depende de um plano operativo e de alocação de recursos para alcançar impacto real na rede pública. O encontro contou com moderação do oncologista clínico Sandro Martins e participação de especialistas como Gonzalo Vecina (USP), Luciana Vieira (CONASS) e Pascoal Marracini (ABIFICC).
Para Scaff, a PNPCC é um marco importante para a oncologia brasileira e abre uma oportunidade única para fortalecer o cuidado oncológico no país. “É o momento de alinhar prioridades, definir metas e garantir os recursos necessários para que o paciente tenha acesso integral, desde o diagnóstico até a reabilitação. O painel foi uma oportunidade para refletirmos juntos sobre como transformar essa política em resultados concretos para a população”, avalia.
Já o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, palestrou no painel ‘Educação em saúde para a prevenção do câncer: Informar, Engajar e Formar para o futuro’, que teve mediação de Simone Simon (ACT) e participação de Thamires Maia (Instituto Desiderata), Bianca Manzoli (ABRALE) e Maria José Giongo (INCA). O debate abordou estratégias para engajar escolas, famílias e jovens em ações de prevenção, com destaque para os riscos do uso de cigarros eletrônicos e a importância da vacinação contra o HPV.
Maltoni ressalta que a educação é um dos pilares mais poderosos da prevenção. “Educação salva vidas, não é uma frase de efeito, é evidência científica. Quando conseguimos que um jovem entenda os riscos do cigarro eletrônico ou que uma família se mobilize para vacinar seus filhos contra o HPV, estamos reduzindo a carga futura de câncer. Prevenir é mais barato, mais humano e mais eficiente do que tratar. Precisamos construir uma cultura de prevenção desde cedo”, reforça.