Fundação do Câncer conduz painel sobre avanços tecnológicos no diagnóstico oncológico na FISweek 2025

13 de novembro de 2025

Os avanços tecnológicos que vêm sendo incorporados no diagnóstico do câncer foram tema de debates na programação da FISweek 25, um dos maiores eventos de inovação e tendências em saúde da América Latina, que aconteceu de 5 a 7 de novembro, no ExpoRio (RJ). O diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, conduziu o painel ‘Novos Avanços e Tecnologias na Detecção do Câncer’, que reuniu também Felipe Jordan (HCFMUSP) e João Bosco (NeoGenomica) para discutir como a inovação pode transformar o controle da doença no Brasil.

“Participar deste debate é fundamental para conectar Ciência, Gestão e políticas públicas em torno de um objetivo comum: ampliar o acesso a tecnologias que salvam vidas. A FISweek é um espaço de diálogo que reforça o papel da inovação como aliada estratégica no controle do câncer”, destaca o diretor executivo.

Ao abrir o debate, Maltoni destacou a urgência de se ampliar o acesso a diagnósticos mais precoces no país. Segundo ele, o Brasil registra cerca de 704 mil novos casos de câncer por ano, e ainda enfrenta o desafio de que mais da metade dos diagnósticos ocorrem em estágios avançados. “Quanto mais precoce fazemos o diagnóstico, melhores são os resultados e maiores os índices de cura, com menor custo para o sistema. Este painel busca lançar luz sobre o impacto da genômica e de novas tecnologias no rastreamento e na detecção precoce, para que possamos mudar a curva de mortalidade e reduzir o diagnóstico tardio no país”, afirmou.

A importância da tecnologia também foi enfatizada por Felipe Jordan, médico sanitarista e gestor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que ressaltou a necessidade de integrar inovação e saúde pública. “Precisamos de uma força-tarefa para promover um rastreamento mais democrático e capilarizado. Já existem estudos promissores envolvendo inteligência artificial, como colonoscopias assistidas por IA, e a incorporação de testes como o HPV-DNA no SUS, que podem qualificar o rastreio e ampliar o acesso da população a diagnósticos mais precisos”, observou.

Na mesma linha, João Bosco, CEO da NeoGenomica, apontou que a genética e a genômica têm papel crescente tanto na prevenção quanto na detecção precoce do câncer. Ele lembrou que o avanço das terapias tem aumentado a sobrevida dos pacientes, mas que a sustentabilidade do sistema de saúde depende da prevenção. “Precisamos identificar melhor quem tem maior risco de desenvolver a doença, para aplicar recursos de forma mais inteligente. Ferramentas como a genômica e a proteômica permitem uma estratificação mais precisa de risco e, assim, políticas de prevenção e diagnóstico mais eficazes”, explicou.

O diretor executivo da Fundação do Câncer reforçou ainda que 30% a 40% dos casos de câncer podem ser evitados de forma simples, com hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, eliminar o consumo excessivo de álcool e, principalmente, não fumar.

Maltoni acrescentou ainda que a Fundação do Câncer tem buscado, de forma contínua, incorporar a inovação em suas iniciativas voltadas ao fortalecimento da rede oncológica nacional: “Nosso trabalho é transformar conhecimento científico em soluções práticas que impactem a vida das pessoas, seja por meio de dados, planejamento ou suporte técnico aos gestores. O futuro do controle do câncer passa, necessariamente, pela tecnologia e pela integração de esforços públicos e privados.”

Além do painel, o consultor médico da Fundação do Câncer, Alfredo Scaff, também participou do 10º Fórum Big Data em Oncologia, no painel ‘Morbimortalidade e o Câncer’, realizado no primeiro dia do evento.

Stand prevê o futuro

A Fundação do Câncer também esteve presente em todos os dias do evento com um estande exclusivo, que apresentou o conceito ‘Um Futuro Feito de Vida’. O espaço projetou um amanhã em que a Ciência, a prevenção e a conscientização transformam vidas, simbolizando a visão da Fundação de que cada conquista do presente pavimenta um futuro com menos câncer e mais vida.