abr 11, 2024 | Câncer em foco, Com você, pela vida
A Fundação do Câncer celebra decisão do Ministério da Saúde sobre a recomendação de dose única da vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano). “Esta medida, baseada na orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), demonstra um compromisso do Brasil com a eliminação do câncer do colo do útero e outras doenças relacionadas ao vírus”, comenta Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação do Câncer.
A Fundação sempre esteve engajada no controle do câncer do colo do útero e já vinha defendendo a simplificação do esquema vacinal em seus posicionamentos, ações e campanhas nas redes sociais. “Diversos estudos já comprovaram que apenas uma dose do imunizante é eficaz para proteger meninos e meninas. Este anúncio do Ministério da Saúde prova que nossa instituição sempre esteve alinhada com a estratégia global da OMS para eliminação do câncer do colo do útero”, destaca Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer.
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível e está associada a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro mais de 54% das pessoas entre 16 e 25 anos estão infectadas com o vírus, sendo que 38,4% são tipos de alto risco. De acordo com o órgão, são esperados mais de 17 mil casos de câncer do colo do útero por ano até 2025. O vírus também tem relação com outros tipos de câncer (orofaringe, ânus e canal anal, vagina, vulva e pênis). Conforme publicação da Fundação do Câncer, cerca de 6 mil casos desses outros cânceres relacionados ao HPV poderiam ser evitados a cada ano por meio da prevenção primária (vacinação).
De acordo com a OMS, para o Brasil estima-se que haja de 9 a 10 milhões de infectados por este vírus e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. O uso de preservativos ajuda a evitar a transmissão do vírus do HPV, mas a vacina é a principal forma de prevenção.
A consultora médica da Fundação salienta que a cobertura para a primeira dose da vacina é próxima do que se preconiza, mas para a segunda dose a cobertura cai demais. “De acordo com dados do segundo volume do info.oncollect, publicação recente da Fundação do Câncer, a cobertura vacinal da população feminina de 9 a 14 anos contra o vírus causador da doença foi de 76% para a primeira dose e 57% para a segunda no Brasil. Esse novo esquema vai garantir que o país atinja a cobertura que a OMS preconiza de 90% das meninas até 15 anos vacinadas contra o HPV. Flávia Corrêa lembra que quem já recebeu a primeira dose da vacina já está protegido contra o vírus, não necessitando da segunda dose”.
mar 26, 2024 | Boletim, Câncer em foco, Entrevistas
Por Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer
A Conferência das Partes (COP10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), realizada recentemente no Panamá, trouxe à tona, por parte da delegação brasileira, a discussão sobre a responsabilização da indústria tabageira sobre os prejuízos ao meio-ambiente causados pela produção do tabaco. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para os danos ambientais causados pelo produto: 600 milhões de árvores são cortadas todos os anos para fabricar cigarros, 84 milhões de toneladas de emissões de CO2 são liberadas na atmosfera, aumentando as temperaturas globais e 22 bilhões de litros de água são utilizados para fabricar cigarros. Os custos de limpeza de produtos de tabaco jogados no lixo recaem sobre os consumidores e não sobre a indústria que cria o problema.
Cientes desse cenário, nosso país apresentou uma proposta voltada à preservação do meio ambiente, cujo objetivo é conseguir fazer com que a indústria dê algum retorno contributivo pelos danos causados. Sabemos que para chegar a isso, há um longo caminho a ser percorrido. Mas estamos no caminho certo em colocar o tema na agenda dos países participantes!
Muito além dos projetos de responsabilidade social e de sustentabilidade já existentes, para fazer com que a indústria contribua financeiramente para reparar os prejuízos ao meio ambiente, podemos considerar algumas abordagens que envolvem o financiamento de programas de reflorestamento para compensar o desmatamento. Outra alternativa seria a criação de um fundo de reparação ambiental, onde as empresas contribuam com uma porcentagem de seus lucros para financiar projetos ambientais.
Outra medida decisiva da reunião foi a retomada do Programa de Diversificação de Cultivos em Áreas Produtoras de Tabaco, que oferece alternativas de subsistência aos pequenos agricultores que o cultivam e são explorados pela indústria. Nos dados levantados pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), cerca de 70% das famílias que produzem tabaco querem mudar de atividade devido aos problemas de saúde provenientes do trabalho. Mas, sem uma assistência técnica, eles não conseguem desenvolver outra atividade. Para reduzir o plantio do tabaco e diversificar o cultivo sem prejudicar esses produtores, é necessário o investimento em programas de subsídios, como a oferta de sementes de qualidade, fertilizantes e equipamentos agrícolas, bem como o acompanhamento e orientação para garantir que os agricultores estejam utilizando os recursos de forma eficaz.
Outra problema para viabilizar essa diversificação são os altos custos dos insumos agrícolas. Segundo a Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o custo desses produtos chega a ser 86% maior no Brasil. Sanar essa barreira requer a facilitação do acesso dos agricultores a insumos agrícolas de qualidade e serviços de apoio. Além disso, é necessário a implementação de um Programa de Incentivo à Diversificação, fornecendo apoio financeiro para aqueles que diversificarem suas plantações. Se substituirmos o cultivo de tabaco por outras culturas, em especial as culturas alimentares, estaremos contribuindo para a minimizar a produção de um produto tão prejudicial para a saúde.
A meta da OMS de reduzir o consumo de tabaco em 25% até 2025 é ambiciosa, mas alcançável com o comprometimento dos países e a implementação eficaz das medidas da CQCT.
A nova aposta da indústria do tabaco, o vape, não é apenas uma ameaça à saúde pública, mas também à sustentabilidade, uma vez que os cigarros eletrônicos contribuem para danos ambientais. A fabricação de dispositivos vaping requer a utilização de metal, plástico, baterias e circuitos. Além disso, os e-líquidos contêm quantidades significativas de produtos químicos tóxicos que, quando liberados no meio ambiente, poluem o ar atmosférico. Como se não bastasse todos esses malefícios à saúde, os resíduos dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) não são biodegradáveis e cartuchos ou dispositivos descartáveis se decompõem em microplásticos e produtos químicos que poluem ainda mais os nossos cursos d’água. Ou seja, a indústria vem incentivando o uso, sem estarmos preparados para o impacto ambiental desses produtos. No Reino Unido, onde o uso é permitido, empresas de reciclagem vêm externando problemas com o descarte dos vapes, que possuem baterias de lítio e estão sendo descartados em lixo comum, aumentando a possibilidade de um incêndio e a liberação de poluentes no ar. Esse exemplo mostra que o dano ao meio ambiente é potencialmente perigoso e que não estamos preparados para lidar com as consequências desse consumo. E ainda assim, há quem defenda a liberação dos DEFs no nosso país. Mesmo proibidos, infelizmente vemos o consumo desses produtos aumentarem em nosso país. Para além da proibição, nossos órgãos fiscalizadores precisam intensificar o combate ao comércio paralelo.
O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a alcançar o mais alto nível das seis medidas MPOWER de controle do tabaco. Conseguimos uma redução do consumo do tabaco de 35% desde 2010, de acordo com a OMS. Não podemos arrefecer! É hora de os países reafirmarem seu compromisso com a saúde pública e intensificarem seus esforços para reduzir os malefícios do tabaco em todos os âmbitos, protegendo assim as gerações presentes e futuras dos velhos e novos produtos tabageiros que só dão lucro para seus fabricantes e deixam os prejuízos para a saúde e toda a sociedade.
mar 12, 2024 | Câncer em foco, Com você, pela vida
O câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum nas mulheres em todo o mundo e continua a afetar mais mulheres e suas famílias em países de baixo e médio rendimento, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas até 2030 essa realidade pode mudar. Em reunião no primeiro “Fórum Global para a Eliminação do Câncer do Colo do Útero: Promover o Apelo à Ação”, realizado nesta terça (5/3), em Cartagena das Índias (Colômbia), instituições, governos, doadores e parceiros anunciaram novos e importantes compromissos políticos, programáticos e financeiros, incluindo a doação de quase 600 milhões de dólares para eliminar esta doença evitável.
Os compromissos firmados no fórum são decisivos para acelerar o progresso da promessa feita em 2020, quando 194 países adotaram a estratégia global da OMS para eliminar o câncer do colo do útero. As metas consistem em 90% das meninas vacinadas contra HPV até os 15 anos; 70% das mulheres rastreadas com teste de alto desempenho; e 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer tratadas.
De acordo com a OMS, a cada dois minutos, uma mulher morre de câncer do colo do útero, embora já existam conhecimentos e ferramentas para prevenir e até eliminar esta doença. A vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), principal causa da neoplasia, pode prevenir a maioria dos casos. No entanto, um recente levantamento feito pela Fundação do Câncer apontou que a cobertura vacinal da população feminina de 9 a 14 anos contra o vírus causador da doença foi de 76% para a primeira dose e 57% para a segunda no Brasil.
Em 2022, a OMS passou a recomendar a imunização contra o HPV em dose única, e em 2023 foi reforçada a recomendação semelhante na região das Américas. Até a data, 37 países comunicaram a mudança ou a intenção de mudar para um regime de uma dose. No Brasil, ainda é preconizado o esquema vacinal de duas doses, com intervalo de seis meses entre as doses, para meninos e meninas de 9 a 14 anos. “Estudos já comprovaram que uma dose da vacina é eficaz contra a infecção”, destaca Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação do Câncer e doutora em Saúde Coletiva da Criança e da Mulher pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
Nova forma de rastreio
Existem muitos desafios para a eliminação da doença, um deles é o rastreio. De acordo com a OMS, menos de 5% das mulheres em países de baixa e média renda já são rastreadas para o câncer do colo do útero. No Brasil, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde (SUS) recentemente fez a recomendação final para a incorporação da testagem molecular para detecção do HPV no SUS. Para Flávia Miranda Corrêa, a medida representa um avanço significativo na prevenção e detecção precoce da doença. “A incorporação dessa tecnologia no SUS no modelo de rastreamento organizado de base populacional irá contribuir para a redução das desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero”, comenta a co-investigadora do MARCO Project (Management of Risk of Cervical Cancer), parceria do US National Cancer Institute (NCI)/Harvard School of Public Health/Fiocruz/INCA para avaliação da efetividade, eficiência e viabilidade econômica de novas estratégias de rastreamento e triagem de câncer do colo do útero baseadas em testes de HPV e também participante da elaboração do WHO Guideline Development Group: Update of WHO Screening and Treatment Recommendations to prevent cervical cancer.
O diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, alega que é essencial que governos e organizações de saúde trabalhem em conjunto para garantir que todas as mulheres tenham igualdade de acesso a esses serviços, independentemente de sua renda, localização geográfica ou origem.
“O anúncio desses compromissos é fundamental para o controle do câncer do colo do útero. Aumentar o acesso a serviços de saúde, investir em programas de vacinação e rastreamento, conscientizar a população e combater o tabu sobre o assunto são ações vitais para alcançar a eliminação da doença como um problema de saúde pública”, defende o cirurgião oncológico.
mar 5, 2024 | Câncer em foco, Fundação na Mídia
Mais uma decisão para comemorar na saúde pública brasileira. Terminada a consulta pública do Ministério da Saúde, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde (SUS) fez a recomendação final para a incorporação da testagem molecular para detecção do Papilomavírus Humano (HPV) no SUS. “A medida representa um avanço significativo na prevenção e detecção precoce do câncer do colo do útero, que segundo o Ministério da Saúde, tem estimativa de 17 mil novos casos por ano em 2024 e 2025. Como já defendido no nosso quarto volume do info.oncollect, intitulado “Um Olhar sobre o Diagnóstico do Câncer do Colo do Útero no Brasil”, o novo exame proporciona maior sensibilidade em comparação com os métodos já existentes, possibilitando a identificação mais precisa do vírus HPV, principal causador dessa doença”, comenta o médico e diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni.
O relatório final da Conitec será encaminhado para aprovação do secretário da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), Carlos Gadelha, para publicação no Diário Oficial da União (DOU).
“Com essa incorporação do teste estaremos investindo na saúde preventiva, permitindo que as mulheres tenham acesso a um diagnóstico mais preciso, o que, por sua vez, resultará em melhores prognósticos e maior qualidade de vida”, diz a consultora médica da Fundação Flávia Miranda Correa, co-investigadora do MARCO Project (Management of Risk of Cervical Cancer), parceria do US National Cancer Institute (NCI)/Harvard School of Public Health/Fiocruz/INCA para avaliação da efetividade, eficiência e viabilidade econômica de novas estratégias de rastreamento e triagem de câncer do colo do útero baseadas em testes de HPV e também participante da elaboração do WHO Guideline Development Group: Update of WHO Screening and Treatment Recommendations to prevent cervical cancer.
Ainda, de acordo com Flávia, que é doutora em Saúde Coletiva da Criança e da Mulher pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a utilização desse exame irá oferecer uma série de benefícios para a saúde pública brasileira. “Em primeiro lugar, o novo método é mais custo-efetivo para o sistema de saúde pública. Outro benefício é que teremos um aumento na detecção de lesões precursoras, possibilitando um encaminhamento mais efetivo para o tratamento e acompanhamento adequado das pacientes. É importante ressaltar ainda que a incorporação dessa tecnologia no SUS no modelo de rastreamento organizado de base populacional irá contribuir para a redução das desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero”, estima.
Com isso, o Brasil reforça seu compromisso com a prevenção e o enfrentamento do câncer, alinhando-se a estratégias preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a erradicação do câncer do colo do útero, que recomenda que 70% das mulheres em todo o mundo sejam submetidas regularmente a um teste de alto desempenho, como o teste molecular para detecção do HPV.
jan 12, 2024 | Boletim, Câncer em foco, Fundação na Mídia
Um avanço no combate ao câncer do colo do útero foi alcançado com a abertura da consulta pública pelo Ministério da Saúde sobre a incorporação do teste molecular para detecção do HPV (Papilomavírus Humano) no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa decisão veio após a obtenção de parecer preliminar favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). As contribuições podem ser enviadas até o próximo dia 17, através da plataforma Participa + Brasil.
Uma das estratégias preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a erradicação do câncer do colo do útero é que 70% das mulheres em todo o mundo sejam submetidas regularmente a um teste de alto desempenho, como o teste molecular para detecção do HPV. Diversos estudos científicos corroboram que o rastreamento com testes moleculares é mais eficiente na identificação de lesões precursoras desse tipo de câncer. Atualmente, o método recomendado no Brasil para o rastreamento do câncer do colo do útero é a citologia, conhecida como teste de Papanicolau.
Flávia Miranda Corrêa, consultora médica da Fundação do Câncer, ressalta que o teste molecular possui maior sensibilidade e interpretação precisa. “Entre as vantagens estão o aumento da idade de início, maior intervalo entre os exames, maior detecção de lesões precursoras e câncer em estágio inicial e, principalmente, menor custo do tratamento, tornando o programa de rastreamento mais eficiente, mas apenas se houver adesão às recomendações, o que só ocorre no modelo organizado de base populacional.” Como foi apontado no levantamento elaborado pela Fundação do Câncer “Um Olhar sobre o Diagnóstico do Câncer do Colo do Útero no Brasil” há desigualdades e gastos desnecessários. Um exemplo é a constatação de que 21,4% das mulheres submetidas ao exame estão fora da faixa etária recomendada (25 a 64 anos), indicando uma falta de adesão às diretrizes do Ministério da Saúde.
Para a especialista, que é doutora em Saúde Coletiva da Criança e da Mulher pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a implementação do teste molecular pode representar uma mudança significativa na abordagem preventiva, aliviando não apenas o sistema de saúde, mas melhorando a qualidade de vida das mulheres. “O novo método além de ser mais custo-efetivo, antecipa, em quase uma década, o acompanhamento e o tratamento dos casos de câncer. No mês marcado pela conscientização sobre o câncer do colo do útero, o chamado “Janeiro Verde”, conclamamos toda comunidade a contribuir para a consulta pública a fim de incorporar o exame no SUS”, recomenda.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o câncer do colo do útero é uma doença evitável, embora apresente alta incidência e mortalidade. No Brasil, é o terceiro tipo de câncer mais frequente e a quarta causa de óbito por câncer entre as mulheres, especialmente as negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.
Para participar da consulta pública é necessário preencher os dados e responder às questões sobre ser favorável ou contra a adoção do novo exame pelo SUS. O link da Consulta Pública Conitec/SECTICS nº 65/2023.
dez 18, 2023 | Câncer em foco, Fundação na Mídia
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